Morrer de Amor
Se é verdade que de amor se morre
surpreende-me não ter morrido ainda
pois a paixão que me consome
é incomensurável e é infinda.
Quando o fascínio inebria minh'alma
e torturado meu peito alucina
basta-me teu corpo em minha mente
que todo meu ser se anima novamente.
Amor que eu amo loucamente
num capricho veemente do meu coração
arrebata-me do mundo real
e me coloca perdida no mundo da ilusão.
Vivo com o prazer e a aventura
misturando-se no âmago do meu delírio
pois te vejo em minhas utopias
a mim te abrires em forma de lírio.
Ah, qüão morta já estou!
Que até vejo na terra os anjos
orquestrando a marcha nupcial
de um amor que principia e não tem final.
Coração que arde como fogo abrasador
deixa que nele o meu amado impere
pois se a saudade tomar conta de mim
como impedir que minha vida degenere?!
Ah, se de amor ao morrer se vive
e no prazer almas gêmeas suprem-se de desejo
deixa que teu espírito ao se eleve
e ressuscite pela carne ao sabor do meu beijo!