De nós...

Metalinguística (de nós)

O poema não espera respostas

O poema não faz pressão

não sente saudade, não deseja afetar.

O poema entende tua superficialidade.

O poema não é seu, apenas se apropria

de sensações inventadas para

existir independendo nós.

O poema conhece tua distância

teu silêncio, e protege o meu,

embora grite.

O poema é conformado como as plantas,

acontece desacontecendo.

O poema é espontâneo, é verdadeiro

é fantasioso;

O poema é uma contradição.

limita-se no infinito, supera a falta restante

compartilha sentidos, ou não.

Algo em mim permanece resignado

esse pedaço sempre te encara

invisivelmente,

noutros instantes lembramo-nos do outro

então a lua se retira para dormir

levando consigo a ilusão do emblema

O mundo é grande e não cabe

na missa da tarde, nem no poema;

Assim inconcluo

como quem vira as costas e vai.

porque nada mesmo se conclui,

nem a vida, nem a morte (avalie o poema!)

Destino e acaso de mãos dadas

com as próprias asas, desconhece

a busca e a reza. Livre de culpas

percebi a vida dispersa

fazendo mais sentido na junção dos pedaços :

Faça o que queres deles, talvez nem creia,

fico feliz que assim seja;

O poema torna a nós singulares sentimentos

plural às tantas interpretações

condenados à clausura do momento

de cada um de nós, de quem lê o poema.

Shauara David
Enviado por Shauara David em 12/10/2012
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