De nós...
Metalinguística (de nós)
O poema não espera respostas
O poema não faz pressão
não sente saudade, não deseja afetar.
O poema entende tua superficialidade.
O poema não é seu, apenas se apropria
de sensações inventadas para
existir independendo nós.
O poema conhece tua distância
teu silêncio, e protege o meu,
embora grite.
O poema é conformado como as plantas,
acontece desacontecendo.
O poema é espontâneo, é verdadeiro
é fantasioso;
O poema é uma contradição.
limita-se no infinito, supera a falta restante
compartilha sentidos, ou não.
Algo em mim permanece resignado
esse pedaço sempre te encara
invisivelmente,
noutros instantes lembramo-nos do outro
então a lua se retira para dormir
levando consigo a ilusão do emblema
O mundo é grande e não cabe
na missa da tarde, nem no poema;
Assim inconcluo
como quem vira as costas e vai.
porque nada mesmo se conclui,
nem a vida, nem a morte (avalie o poema!)
Destino e acaso de mãos dadas
com as próprias asas, desconhece
a busca e a reza. Livre de culpas
percebi a vida dispersa
fazendo mais sentido na junção dos pedaços :
Faça o que queres deles, talvez nem creia,
fico feliz que assim seja;
O poema torna a nós singulares sentimentos
plural às tantas interpretações
condenados à clausura do momento
de cada um de nós, de quem lê o poema.