Canto de Amor
Ouve-se do silêncio,
Clarins do além alma, quero tuas palmas
Plantadas sobre meus veios, apelos teus,
Relevos meus úmidos, únicos ao brotar
Da íris clara, feito lua de quimera!
Ao largo dos fariseus
Linhas entrelinhas se fazem juras,
Cenas de um declamar prosaico
Como um novelo aquecendo o peito
Desnudo aos lábios sedentos de paixão!
No encontro das letras
A fantasia da poesia, da diva em meandros
Nostálgicos calando no imo, da imagem
Refletida no espelho preso a parede,
E solto as ilustrações da voz em murmúrios!
Eleita por versos ainda não escritos
Assim emergido da explosão das águas,
Sinto-te num doar singular, vivenda imortal
De tal morada sem igual ao dobrar dos sinos
Numa serrania infinda, vida na canção gemida!
12/10/2012
Porto Alegre - RS