MEU CÉU DE ONTEM
Caminho com passadas de quem persegue
para alcançar o suave amanhecer.
Vejo as nuvens rosicler
margeando os montes
cobertos de gramas verdejantes,
como um corcel soberbo
de crinas esvoaçantes
galopando inerte para o prêmio receber.
A ventania acelera-me cativante
colocando asas em meus pés
trôpegos e vacilantes.
Arremesso o dardo da antagonia pra envolver.
Alcanço o ápice da quietude
que se estende,
eufórica esvoaço no abraço que se entende
como o única sobrevivente plácida da noite nua.
Por entre as falhas do éter aglomerado
um punhado de flocos confabulam cominados
e brincam de esfinge
salpicados pela lua.
Sigo a viagem partida pelo ocaso
sentindo no peito palpitando um sonho vago.
Etérea vou pra buscar a alma tua
que notívaga caça a minha de déo em déo.
Volto a tisnar a boca com falso riso
almejando habitar o paraíso
retratado no redondo desse céu.