MEU CÉU DE ONTEM

Caminho com passadas de quem persegue

para alcançar o suave amanhecer.

Vejo as nuvens rosicler

margeando os montes

cobertos de gramas verdejantes,

como um corcel soberbo

de crinas esvoaçantes

galopando inerte para o prêmio receber.

A ventania acelera-me cativante

colocando asas em meus pés

trôpegos e vacilantes.

Arremesso o dardo da antagonia pra envolver.

Alcanço o ápice da quietude

que se estende,

eufórica esvoaço no abraço que se entende

como o única sobrevivente plácida da noite nua.

Por entre as falhas do éter aglomerado

um punhado de flocos confabulam cominados

e brincam de esfinge

salpicados pela lua.

Sigo a viagem partida pelo ocaso

sentindo no peito palpitando um sonho vago.

Etérea vou pra buscar a alma tua

que notívaga caça a minha de déo em déo.

Volto a tisnar a boca com falso riso

almejando habitar o paraíso

retratado no redondo desse céu.

Rose Arouck
Enviado por Rose Arouck em 25/02/2007
Código do texto: T392590