“Cala-te…”

Pediu-lhe ela com carinho

Não querendo de facto que ele deixasse por completo de falar

Querendo vago entre os dois

O espaço que as palavras estavam a ocupar…

Só lhe pedindo uma vez

Deixando que o silêncio que se seguiu

E o seu olhar

Transmitissem o resto da mensagem

Que dizia apenas

Que até tudo acabar

Era com ele que ela gostava e queria estar…

Estar com tempo equilibrado

Onde tudo poderia ser também excessivo

Desde que tal

Fosse devidamente repartido…

E por isso naquela altura

Ela queria apenas o silêncio

Queria comunicar

Sem ter que o verbalizar

Queria ir com ele

Para um algures dentro deles

Ir dançar

Na grande madrugada

Que começou nesse pedido

Porque ao fazer tal

Ela descobriu

O que ele realmente representava

Reparou

Nessas horas maravilhosas

O quanto o amava

Tudo isto

Naquela bendita madrugada

Onde o silêncio

Constituiu o compasso

Deles medirem o Seu Tempo…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 10/10/2012
Código do texto: T3925628
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.