Ecos da Poesia

Do alto de uma montanha ainda virgem,

Um ser dito selvagem,

Olhava deliciando-se com a calma imensidão,

Até onde o seu olhar abrangia,

Sentia até, que lhe podia tocar com mão,

Escrevia poesia com os olhos e pensava,

Que o Deus em que acredita a concebeu,

À imagem do seu próprio lugar, onde tudo,

Tudo, é um eterno gesto de amor.

Por Ecos ficou chamado entre os seus,

Contam que foi trazido ao Mundo,

Pelos gritos, de um parto desejado,

Reflectidos pela imponente montanha,

Que cercava toda a sua aldeia,

Dando sem exigir, a alimentação desejada,

De um povo, que em permuta a respeitava.

Contam ainda os anciões,

Que nesse dia,

Em que a lua brilhava em todo o seu esplendor,

Inundando a aldeia com luz de pressagio,

Que o ser,

Acabado de nascer,

Trazia com ele o gosto das palavras,

E a coragem de um lobo que não mordia,

E que por privilégio se chamaria Ecos, Ecos da Poesia.

Eduardo Jorge 25 de Fevereiro de 2007