Felicidade de Carnaval
Antes, há poucos dias, eu sofria pelo pensamento,
Pensamento este que hoje em mim ocupa espaço vão.
Não é mais preciso me prender aos segundos do tempo,
Se agora não tenho mais ninguém a domar meu coração.
Sinto-me feliz por ter provado o bom gosto da liberdade,
Como a alegria das alegorias de um magnífico Carnaval.
Seria Mangueira, Beija-Flor, Portela ou seria a Mocidade?
Não importa! Tudo se resume a cadência que se torna musical.
Agora viajo guardando nos pés e na língua o samba,
Ritmo bendito que nunca mais fugirá do cerne do meu ser.
Talvez, no começo, as minhas pernas se tornem bambas,
Mas o amor não vai me privar de saber o que é viver.
Quando a noite cair em glória e eu puder esquecer tudo,
Quando a aflição passar e se tornar um sopro em minha vida,
Eu vou rir das tuas composições e dos teus poemas mudos,
Só não vou deixar a música parar de me contagiar na avenida.