Des(querer)
Não entendo esse teu jeito
desajeitado de querer
de me querer
de desquerer, não sei,
mas que seja assim: Se for por mim, que deixe ser!
É que procurei alguém
procurei quem
dos olhos verdes eu fizesse poesia,
mas esse teu verde é verde de águas tão frias
que já não ardem por ninguém
Será que o coração também é assim?
É pedra de rio, companhia da frieza
dessas águas, dessas correntezas
que saem de ti ?
Derrete esse teu gelo,
vá sentir o que o fogo faz,
oh, sim, antes que eu congele!
Porque depois disso, meu bem, já não espere
que eu vá correr atrás.