Restou...

Sou um mafioso derrotado

Meu dinheiro dá muito mal

Para pagar as contas no final do mês,

Olho para a minha mulher e filhas

Percebo as suas desilusões.

Meu corpo acompanha a minha dor

Há muito não sei o que fazer

Sempre tive a honestidade

Como prova de um bem viver,

Mas próximo dos cinqüenta anos

Posso dizer que a fantasia

Não me incomoda mais.

Pedia simples momento na história,

Nas cores descoradas

Do deserto que em mim se formou.

Meus lábios tremem,

Meus olhos duros,

A saliva seca na garganta,

Estou apodrecendo por dentro.

Penso nos inocentes

E isso busca, o que de mais nobre

Ainda mora escondido em mim.

Perdoe-me pelos sentimentos

Não quero a guerra fazer,

Que o mesmo tempo

Busque-me na morte

Porque posso encontrar com Deus

E interceder pelos humildes

Na face da terra

E livra-los da injustiça.

Condor Azul
Enviado por Condor Azul em 24/02/2007
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