COISAS DA TERRA
Meu coração acelera.
Meu corpo inteiro esquenta; o suor escorre do rosto lentamente.
Sinto uma mão delicada deslizar suavemente sobre minha pele eletrizada.
Recordo-me dos dias de criança.
Essas coisas eu não fazia embora a fantasia as desejasse.
Como é bom sentir cada segundo do tempo que passa sob o controle de teus movimentos.
Esse ritmo deixa qualquer pessoa enfeitiçada!
É carne com carne, nervo com nervo que faz nós dois se entregarem a tal aventura.
Foi o desejo que pulou dos olhos e caiu no coração.
Foi teu jeito;
Foi teu cheiro;
Tua voz.
Esse tom faceiro no final da frase: “Vamos, meu amor!”
Meu coração corre ainda mais.
Ouço sussurros ao ouvido e acredito em tudo.
Pelo menos, em nome do momento.
Casamento?
Pra que? Se tivermos o bom sem termos o ruim?
Ah! Minhas fibras!
Agora sou um ser que transcende o tempo e nas montanhas altas faço meu ninho.
Nós dois sabemos o que queremos;
Damos ao outro uma centelha de luz.
Meu coração se aquieta.
Percebo que seu corpo deita ao meu lado.
Silêncio!
Adormecemos juntos.
O dia amanhece, e em seu lugar estava um bilhete escrito à mão:
Quando teu marido viajar novamente, me telefone!