Do amor do poeta aos seus efeitos.
Minha rima é surda,
Meu verso é mudo,
E batem essa vontade absurda
Que sangra e queima meu tudo.
Nascidas à primeira manhã de primavera
As palavras formam meu ventre materno.
Flores ainda carregando o frio do inverno
E a fragilidade do último vento outonal.
Essas simples flores-palavras
Nada mais são que lágrimas,
Carregadas de minha emoção
E derramadas por meu coração.
E esse coração bate,
Essas veias ganham,
As artérias carregam
Um amor que arde.
Amor que corre feito rio
Rumando ao esplendor:
Enfrente o mau desvio,
Em frente por um amor.
Um amor que faz esquecer
Que há braços que machucam.
Um amor que faz entender
Que só teus abraços curam.
Cura refletida em versos
E Presente em cada rima.
Como não querer o universo
Do sorriso dessa menina?
A mulher que conquista o amor de um poeta
Por vezes desperta sem sonetos de bom dia.
A mulher que ganha amor de um poeta
Tem sua vida transformada em poesia.
Saiba meu amor,
Estes versos talvez ganhem a rua
E que essa sede versada não tem fim.
Saiba que minha poesia não é só tua,
Mas o coração que a escreve sim.