Invariáveis

Tento registrar os firmamentos invisíveis em meus versos

O Éden inexistente em meus textos

Tento observar o inalcançável alcançável

O ver o que ninguém ver, ver com olhos cortados

Dos textos faço meus sentimentos revirados

Faço o que penso e o que não penso

O coração bombeia palavras não mas sangue

A vida de dores, não mas de dores de prazeres

Cor tava o membro para ter medo da morte

Hoje corto para vencer o medo da vida

As palavras inexistentes consolam a dor real

Dor que diminui ao tempo, ao tempo do amor

Tempo esse inacabável, invariável, o tempo que pretendo viver

Antes escrevia lembrando do passado amargo

Presentemente escrevo imaginando o futuro

Escrevo nas ocasiões de contentamento, escrevo a toda hora

Hoje não vivo, vivo do prazer de escrever

Antigamente vivia da lastima do amor

Vivia perseguindo a dor

Vida feitas de expressões inelegíveis

Meus textos são partes continuas da minha vida

São pedaços de amargura e de prazer

Minha vida e feita de letras, ilusões, e amor

Iludo mas sempre amarrado a realidade

Textos meus sequem minha historia

Historia essa que nunca estará nos livros

Historia que estará nos cerne de espectros perdidos

Essa é minha vida, um livro usado nunca aberto

Com suas paginas sujas e outras limpas

E com sua escrita jamais lida ou um dia lida falada

Minha vida, minhas letras.