CARTA DE ALFORRIA
Durval Carvalhal
Vendendo flores de Jasmim,
Conheci uma Rosa de Marfim,
Com duros espinhos nos seios,
Enchendo-me de enleios.
ll
No jardim onde furtava
As belas flores de malva,
Sempre via aquela Rosa
Altiva, bela e gabosa.
III
Seus passos de deusa
E sua graça de rainha
Eram como vinha,
Floresta densa e difusa.
IV
Mas, para que tantas flores,
Que não valem uma Rosa?
Preferi, então, uma prosa
Com aquela fonte de amores.
V
Negro liberto e bravo,
Rasguei minha carta de alforria
E voltei a ser escravo
Da mulher que eu amaria.