SOLIDÃO
JB Xavier
Só...Completamente só...
Num silêncio tétrico,
somente quebrado
pelo esvoaçar dos versos...
Só...Completamente só...
Como Atlas, sustentando o mundo
O meu mundo de solidão...
Distante, a mão antes estendida
Mais se distancia
Ao redor, a imensa quietude vazia
Apenas cortado pelo escoar da vida
Extinguindo-se em mais um dia
De gentis inutilidades...
Só...Completamente só...
Rodeado pela escuridão do fim,
Buscando o ponto
Onde me perdi de mim...
E no entanto
Sob o manto de chumbo
dessa solidão,
em meio a essa macabra dança
fere o silêncio
o bater insistente de um coração
ainda pleno de esperança!
* * *