De Inverno a Verão
Chego-me a ti num gesto de amor
Movido ao compasso de carícias mil
E sinto serenar-te o desejo que cresce
Em noites frias de Outono
Quando o cálido anoitecer de Verão fenece
E folhas verdes
Luzidias
Dão lugar ao som estaladiço
De folhas outonais
Que passo ante passo
Sob meu andar descalço
Desfaço.
Trago-te o puro orvalho da madrugada
Anunciando-te
Em aromas
As silvestres flores com que serás banhada.
E o silêncio se inunda de eco
Por cada folha caída
Por cada folha vencida
Ocultando o gemido mal contido
Debaixo do nosso tecto
No vibrar de este amor
Que em sublime expansão
Para lá do tempo
Em qualquer estação
Não estará
Jamais
Adormecido.