TUBAÍNAS

bebo tubaínas de sangue na beira do mar, aonde as gueixas despidas são feras carnívoras agitando ventos cheios de fogo pelos cabelos de seda e música sinistra

bebo rompantes de delírio e afugento pássaros de metal e joias,

e percebo, nenhum momento é sagrado sem olhar pelos olhos adentro da caveira, quando pânicos retorcem caminhos macabros e conchas são fósseis dos sonhos

das caravelas gritos sobem esparramando algas, nenhum fantasma ostenta agruras, poucos são os que amando demais escolhem a morte como parceira, poucos atiram no abismo o rosto que ainda lembra dos planos

porque jumentas e burras pouco ou muito parideiras embrenham risadas marombásticas na esquina do povoado desconhecido dos malfeitores, por isso, deixo à mostra além do dente de ouro a pistola enferrujada, p'ra que a rosa da memória perdida fira de loucuras o viajante sem história