Acolher-te
Penses bem:
nesta vida sem rumo,
há pessoas que passam
e há pessoas que ficam.
Um eterno enlace e desenlace.
Um eterno enredo e desenredo.
Um eterno verso e reverso.
Um eterno ser ou estar.
Um eterno e constante vaivém.
Há pessoas que
o tempo apaga suas pegadas,
no passado jogadas.
No seu lugar fica um breu,
um ermo,
um nada.
Mas há quem de manso chegou,
e pouco a pouco forte ficou.
Até hoje presente.
Na estrada de meu coração,
seus passos deixou,
cravados na carne
e marcados na mente
como a ferro quente.
Quando te foste
em meu coração grande deserto criou-se,
às vezes de dor este vazio se enche,
mas quando com calma
me recordo de tua fala,
alegria eu sinto
e o meu sorriso então fica bonito.
¿Sabes?
Tudo que escrevo é para ti,
quanta falta me fazes,
em minhas lembranças não se desfez
a tua imagem,
ficou gravada,
como na pele uma tatuagem.
A minha vida eu refaço,
os marcos do bem indicarão o caminho,
e sei que um dia volto a ver-te,
para este momento
reservo-te um beijo,
e então mais uma vez
na gravata do abraço,
com todo carinho,
vou acolher-te em meu peito.