ONDE ESTOU
Mais um começo de noite
Mais uma garrafa de vinho
Sem saber qual o açoite
Verei outra alvorada sozinho
Para o que vem depois, nunca estarei pronto
Sinto um vazio na alma
Me sinto um pouco tonto
E não estar lucido é o que me acalma
Não, não escrevo pra você, escrevo pra mim
O mundo é um lugar que sei que estou
Mas não sei a que vim
Cada lembrança é uma cicatriz que marcou
Nunca saberei chamar alguém de querida
Sentimento não é algo que se diz
Assim como curar não é tampar a ferida
Não gosto de atuar, nem quem se faça de atriz
Quando durmo sonho com a realidade
Realidade de como tudo deveria ser
Não a verdade da minha vontade
Assim como meu sonho, certas coisas não consigo entender
A conversa mais franca é a que tenho comigo
Mas apenas sou franco
Não sou meu amigo
Ainda vejo o futuro em branco
Mas deixo o sino tocar
Continuo aqui, vendo o tempo passar
Se há algo por vir
Há alguém a esperar.