Voam os passos.

Ideias batidas de tanto bater

com a cabeça nas almofadas do sofá

criando coragem no fundo do âmago

para encarar o chuveiro numa primavera

fria.

E mesmo com a água escaldando

sinto algo incomodo ainda impregnado na pele

como o cheiro de lembranças de ontem

mas que parecem ter acontecido a muito tempo atrás.

E agora o passo dos dias é marcado pelo compasso

dos cobertores e pela frequência de vezes que me deito para dormi.

Uma vez por dia, sempre tarde da noite

e não parece mais haver distancia nem horas nem ocorridos

do momento em que abro os olhos para acordar

e o momento em que os fecho para sonhar.

O passo dos dias vai acelerado

e não cheguei a lhe dizer coisas que ensaiei para lhe dizer

não vi os teus olhos quando esperava ver

e ainda posso sentir a sua presença impregnada em mim

tão forte e tão persistente que nem mesmo a água ardente

pode leva-lo daqui.

Como se eu precisasse de estímulos

para me apaixonar todos os dias

e me lembrar para não esquecer

que quase pude tocar teus lábios

e teus segredos que foram escritos só para mim.

mas levei muitos malditos segundos para agir

e o passo dos dias correu acelerado

levando de novo planos mal planejados,

mais cheiros de lembranças para lavar

grande parte delas, lembranças de você

e dos teus olhos....

Lembranças das quais sempre me lembro

para nunca me atrever a esquecer.

Caroline Mello
Enviado por Caroline Mello em 28/09/2012
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