O Beijo que Nunca foi 2
Entrelaçado nos nós de seus dedos
Em um banco no calçadão
O silêncio, com desespero, pediu um beijo,
E meu âmago, afoito, respondeu só hesitação,
Pois, agora com mágoa vejo.
Que o olhar esquivo
Que tu me encara,
É fruto daquele nocivo
Beijo fantasma,
Que o devir me obrigara
E por tolice, veio a desobediência
“A incerteza do presente me barra.”
Fica somente, a saudade e a ciência.
Que o fruto da mácula,
É essa dobrada lauda,
É essa paixão que nunca salda,
É esse abismo que só ressalta,
É esse beijo natimorto
Que percorre solto
Todos os meus pesadelos.