O Beijo que Nunca foi 2

Entrelaçado nos nós de seus dedos

Em um banco no calçadão

O silêncio, com desespero, pediu um beijo,

E meu âmago, afoito, respondeu só hesitação,

Pois, agora com mágoa vejo.

Que o olhar esquivo

Que tu me encara,

É fruto daquele nocivo

Beijo fantasma,

Que o devir me obrigara

E por tolice, veio a desobediência

“A incerteza do presente me barra.”

Fica somente, a saudade e a ciência.

Que o fruto da mácula,

É essa dobrada lauda,

É essa paixão que nunca salda,

É esse abismo que só ressalta,

É esse beijo natimorto

Que percorre solto

Todos os meus pesadelos.

Elias Vilas
Enviado por Elias Vilas em 27/09/2012
Código do texto: T3903631
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