PORTA-BANDEIRA

Tu queres aderir ao meu nobre samba,

mas não tens ritmo, nem conhece o enredo.

Tu dizes de boca cheia que me amas,

então aperto o passo e chego mais cedo.

Contudo, não vens nunca incendiar-me na cama.

E com isso, me desgostas com teus medos.

Juras sem lascívia não duram.

Amor sem entrega não vinga.

Desse jeito te expulso do morro;

dando outro rumo a minha vida.

Comigo é assim, Leila:

"Ajoelhou tem que sambar".

Ah, meu benquerer!

Pra não desafinar eu vou te esquecer.

Não serás a porta-bandeira da minha escola.

Tu não vieste do morro, oh menina;

não entendes as nossas maneiras.

Quando a gente gosta, come até se lambuzar,

e fazendo aquela festa, samba até o sol raiar.