A carta que nunca mandei.

Autor: Daniel Fiúza.

05/03/2005

Olá Querida, tudo bem com você,

como vai sua peregrinação

pelos labirintos do seu corpo,

em busca da emoção?

Senti-te seletiva demais;

e muito mais prosaica do que eu,

o que aconteceu?

O poeta cearense Belchior disse:

“O novo sempre vem”,

E disse também...

Que: “Apesar de tudo que fizemos,

ainda somos os mesmos

e vivemos como os nossos pais“.

Não deveria estar triste, mas estou...

é condição “sine qua non”

da perda onírica de certas condições.

Se pari tristeza, é porque as concebi

num relacionamento fraudulento com a vida,

e no descaso do destino.

Sabe amore mio!

Minha sensibilidade mudou em relação ao mundo,

Algumas coisas entraram na lista das fundamentais

E outras simplesmente sumiram.

Você não é “hors-concours” em minha vida,

e nem aparece mais nas minhas listas.

Sentir sua falta...

Já é calo na minha saudade

querer sua presença

já é refrão repetitivo

te sentir presente

é uma inconstância para mim.

Será que só terei o real em sonho?

Tantas coisas ditas, malditas,

por olhos que falam,

por coração que clama,

e pensamentos que voam.

Darling, somos muito iguais.

Para sermos felizes!

só precisamos de paz

e andar de mãos dadas.

E quando o vento sussurrar

parcerias indecentes aos nossos ouvidos

seremos apenas atores, maluvidos.

Esse tempo e essa distância

são impiedosos inimigos,

talvez até rindo do escudo

intransponível que colocou entre nós.

Tenho crescido em alguns fatores

e decrescido em outros,

como minha felicidade está partida e fragmentada,

acho que há um desequilíbrio vivencional em mim.

Aquele longo poema que escrevo, que é interminável,

Não é um épico da minha vida!

É apenas o meu estranho modo de falar de amor.

Domfiuza
Enviado por Domfiuza em 23/02/2007
Código do texto: T390078