DESEJO

Nunca pedi que me dissesse:

Te amo.

Espero apenas que um dia me diga:

Te desejo.

Pois do carnal amor nada espero,

Mas do homem ou da mulher,

Sempre se espera: Te quero.

Mais que a força de Vênus,

É preciso o toque de Eros,

Num relance, uma vez ao menos,

Atingindo-se os pontos etéreos.

O que importa não é esse amor,

Mas um constante se dar bem,

Que unido ao desejo com ardor,

Pode ir muito mais além.

Pra quê dar tanto valor

A um sentimento que poucos têm,

Confundem-no com morno torpor,

Que não aquece a alma de ninguém.

Nova União – Março-2005 - Riedaj Azuos