Mentiras

Acreditei tanto que ao seu lado

aprendi tudo ao contrário do que

sempre ministrou um verdadeiro afeto.

Possuí um coração fechado, ao invés

de aberto. Chorei quando todo o meu ser

desejava sorrir, me escondi quando

minha alma almejava viver livre.

Aprendi que o básico da afetividade

tem que ser frio, que existem momentos

adequados para dizer que ama.

Durante o aprendizado, observei

que a manifestação espontânea é um ato

que sempre causa tédio.

Que os jardins são meras fantasias,

suas flores são recheios prosaicos e

vulgares, inexistindo o perfume

fascinante de cada espécie.

Aprendi que todas as coisas que

pertencem ao passado fazem parte

do presente, mesmo quando se trata de

inesquecíveis açoites.

Mentiras de quem não conhece um autêntico

sentimento. Mas agora, absolvido de tantas tolices

vou recuperar o tempo perdido, vou expandir o que

trago no coração com a mesma força que existe

quando o vento expande a vela de uma embarcação.

Wil
Enviado por Wil em 24/09/2012
Código do texto: T3899256
Classificação de conteúdo: seguro