Flor de Sangue
Eis o vermelho
em teu corpo.
Porém não te assustes,
não é teu.
Pertence ao que te tocou,
e tu nem percebeste.
Teus espinhos convidativos:
Lanças, raios, setas,
perspicácia,
inteligência,
audácia.
Ah, esses admiráveis espinhos!
Apontam despretensiosamente aos corações.
E não tens culpa, nasceste flor.
Tua razão de existir é cativar
sem medidas,
apaixonar, atrair,
permitir ao mundo a reflexão da escolha,
entre o prazer sob condição de se ferir.
És flor de sangue.
Teu orvalho será sempre rubro,
Com gotas que te vestem,
Como um manto real,
para tua nobre função,
o sobreaviso: "amor sôfrego amor..."
Aos corajosos que tentam, descerá a mira
de um jardineiro fascinado, que por ti zela, porém conhece tua universalidade,
És flor,
onde estiver.
A mais bela figura
Metáfora concretizada
que preenche com
sentido
e razão
o jardim da vida,
Flor de Sangue.