CIÚMES.

CIÚMES.

Um dia me perguntaste:

Tens ciúmes de mim?

Não! Não tenho ciúmes de ti.

Tens certeza que não tens ciúmes de mim?

Repetiste.

Desviando o olhar, neguei.

Quem não tem ciúmes não ama.

Foi o que tu disseste.

Porquê teria eu ciúmes de ti?

Se a tenho junto a mim, todo o tempo?

Então não tens ciúmes, nenhum pouquinho?

Ciúmes?

O meu coração descompassado.

A consciência embaralhada.

Estavam a me condenar.

A minha alma falava mais alto.

O meu amor gritava enlouquecido.

Seja humilde, responda que sim.

E então nos seus ouvidos,

Bem baixinho confessei.

Tenho ciúmes da água que molha o teu corpo.

Tenho ciúmes do chão que tu pisas.

Tenho ciúmes da roupa que tu vestes.

Tenho ciúmes do baton que deixa teu lábios mais pecaminosos.

Tenho ciúmes do ar que respiras, pois lhe dão vida.

Tenho ciúmes do perfume que te deixa, mais provocante.

Tenho ciúmes de tudo,

Tenho ciúme do espelho que reflete a tua beleza.

Tenho ciúmes até o ciúme que sinto por ti.

Se ter ciúmes é amar.

Então eu te amo demais.

Romão Miranda Vidal.

ROMÃO MIRANDA VIDAL
Enviado por ROMÃO MIRANDA VIDAL em 22/02/2007
Código do texto: T389893