Platônico
De tudo que certa feita me ocorreu,
Amor, saudade, paixão,
Deixo legado calado,
De um louco que sequer viveu.
Traços e delineios,
Ondas em gestos alheios,
Casa da contemplação!
Nas tormentas dos meus pensamentos,
Atordoado em burburins de multidões arrebanhadas,
Tomado pela impassividade,
Relutante, cambaleante.
Olhos sem fato, pele sem tato,
Maravilha em transe,
Elevado? Iluminado? Purificado?
Quando chegará o dia,
Descobrimento e alegria;
De vidas passadas sem cor,
Tomar as rédeas do amor.