DESISTÊNCIA

Contei as conchas da praia

E as areias do tempo que nos separam

As estrelas que cingem a noite fria

E as madrugadas que nos amparam

Restaram as pétalas caídas

Na terra mole e macia

Onde plantei por ti meus desejos

Regados de agonia

De garridos canteiros de flores

Ofereci-lhe a mais singela

Mas de tantas de outros que já recebera

Restaram da minha, os espinhos dela.

A ferir-me pelo descaso

E a insignificância das minhas palavras

Sem notas, nem melodia,

Minha cantiga enluarada

Tomo agora minhas dores

Sonho que um dia se perdeu

Afinal, já tens tantos amores.

Por que irias querer o meu?