AMOR AMBIENTE
AMOR AMBIENTE
Numa brisa suave, fria, silenciosa, convidei-a ao orvalho da noite para se refrescar;
Aproveitando os espaços atenuantes que na sua mansuetude vinha me aconchegar,
Brilhavam, tremulavam os corações e as emoções no solo verdejante e refrescante, procurei -lhe acariciar;
Abraços, beijos e desejos, com apertos e gemidos, delírios veio escamotear;
Penso no motel, no bordel, seguro seu anel e nas carícias começo a lhe amar.
Seu nome a balbuciar, cantarolar, conversar histórias de arrepiar;
Os cabelos, os pelos dos poros, imploram um zurzido ao teu sentar;
Amealhar, abraçar contra os seios e minhas histórias afagar e recitar;
Versos e reversos, do lado de lá, e do lado de cá, penso e repenso no amor que nos faz sonhar;
Deitados, abraçados, agarrados na relva verde e afegante de um jardim belo e salutar.
Não vá, fique, se estique, grite, aumente a pressão até o coração amainar;
Sonolento, acalento encho, me contento com o pensamento e os perfumes do lugar;
Doces, delicados, saborosos e eficazes que refazem e fazem a boca salivar;
A voz se levanta, você se espanta, rouco de gritar, digo: quero te amar.
O teu nome começo a ditar, a soletrar, e as carícias jamais esqueço e um espesso abraço a te afagar;
De desejos, anseios, emoções, e de brilhos nos olhos, as lágrimas te molham e regam as flores do teu pomar.
De frutos, anseios e desejos, regados e carregados cheios de cachos e manjar;
Para no final me ofuscar no teu corpo, escondendo meu rosto para me acariciar e dizer-te podes me amar.