A Mão Dela
Toda noite ela senão vinha,
Repousar teu braço junto à janela
Dispunha tua mão a minha,
Tocando-me em carinho a mão dela
Que mimo e pelas noites sonhei,
Junto à palidez de uma vela,
Perto das lágrimas que eu pranteei
Querendo beijar a mão dela!
Mas meu delírio era a febre,
Lufada pela bonança da caravela
Tão jovem e inocente lebre,
Queria senão acariciar a mão dela!
Seria um sonho jurar-te o amor,
Que eu tinha por mulher assim bela,
Perfumada em um santo louvor
Apalpando aquela mão apenas dela?