MANHÃ NOSSA DE CADA DIA(Poema para Basilissa n. 2.055)
(Sócrates Di Lima)
Aquela voz quase rouca,
De quem acabara de acordar,
A vontade, ainda, pouca,
Da cama se levantar.
E o dia se faz alto,
O galo já cantoou,
Um num repentino salto,
Do leito se levantou.
E seguiu o ritual do dia,
Tantas obrigações,
Mas, há tempo para a poesia,
Alimentando os dois corações.
Então a voz dela se anima,
Se alinha ao histórico do dia,
Um sorriso reanima,
Aflora a euforia.
É o riso largo de Maria,
Cheio de doçura tanta,
Que vem de dentro da alma em sinfonia,
Com o encontrodo meu riso que imanta.
Fecho os olhos e vejo,
O olhar de Basilissa me sorrindo,
Como a luz em lampejo,
A saudade dela vem surgindo.
E por dentro dessa terna aparição,
Um semblante que oculta uma braveza,
Quando lhe falto a consideração,
Mas, nada que desfaça sua beleza.
Então respiro fundo,
Suspiro profundo,
Folga minha saudade,
E a vontade de estar com ela, me invade.
Aí, vem a "porra" da distância,
Que queira ou não, me deixa emputecido,
Mas, nada que me tire do sério, alegria em abundância,
De receber de Basilissa pela manhã, um sorriso enternecido.