NOSSO PERFUME DO AMOR
Milênios passados o Anjo-Auxiliador cuidou de nós
e de lá, no Sempre, quando fomos concebidos
retirou de ti uma partícula
inoculou-a na Rosa Embrionária,
aguardando que Haja me criasse para ti.
Quando as estrelas da noite brilharam
Haja nomeou-as e, extasiado, admirava-as.
Entre as milhares de milhares notou
uma bem pequena e solitária
fei-la descer à Sua mão,
acariciou-a e deitou-a sobre a Rosa Embrionária.
Um perfume diferente fundiu-se à luz cintilante
nascendo a Centelha da sentença Divina...
Haja sorriu do seu feito;
viu que Centelha não poderia ser só,
nem viver no celeste, então
olhou para ti, meu Amado,
- que informe e sonolento aguardava sua vez de ser -
e retirou uma partícula do teu coração
e fundiu-a à Centelha.
A ti deu sopro nas narinas e passastes a existir,
e, a mim, fez-me repousar novamente sobre a Rosa.
Passados nove tempos e meio da tua existência
Haja descansava quando a Rosa Embrionária desabrochou.
Um perfume doce tomou toda a flora do Sempre.
Nesse momento a luz da Centelha perdia sua cintilância;
Haja recolheu Centelha juntamente
com as Sementes da Rosa em sua mão direita,
e, unindo a direita com a esquerda em forma de cone,
pela fresta das mãos soprou.
Um vento forte agitou as nuvens do Sempre
num estrondo audível aos confins do Universo.
Nasci eu da fusão da Centelha e das Sementes
e naquele instante perdi a consciência do Tudo e do Sempre.
Quando dei por mim, eu mulher feita,
estava deitada, encolhida feito criança...
De dentro de mim fluia a Cintilância Divina,
dispersando no ar o aromático fluído dourado
Chuva de Ouro do meu amor por ti,
que foi feito de uma porção de ti
inoculada em mim... Tudo isso aconteceu...
Tu, ao seres invadido pelo meu/seu olor
fostes tomado de uma alegria sana,
e em minha busca te colocastes a percorrer o Sempre.
Ao me encontrares me tomastes por tua,
em teus braços me aninhastes como se
os nove tempos e meio jamais houvessem nos separado.
Pela mão me levastes à tua cama
larga, linda e vasta como tu és
onde eu, pronta para ti, entreabri minhas pétalas,
e me fizestes Rosa-Divina
desdobrando-me aos teus encantos.
No dossel dos amores e desejos
recobrei minha memória adormecida,
e vi o que eu cansava de saber...
Agora sei de onde vim e quem sou:
vim de ti e sou teu amor.
Foi assim que Haja, no Sempre,
cuidou que estivéssemos mais que entranhados,
fossemos duas partes em uma.
Porém eu, Amado meu, recebi duas porções de ti,
Uma do Anjo outra do Haja e, por essa razão,
tenho em mim o dobro do desejo por ti
e tu sentes duas vezes o meu perfume em ti.
O nosso amor é perfume do Sempre
e no Sempre permanecerá em cintilância e imantado.
Para o artista que soube pintar e entender a alma feminina como nem um outro.
Ilustração: Danae, Gustav Klimt, 1907.
Milênios passados o Anjo-Auxiliador cuidou de nós
e de lá, no Sempre, quando fomos concebidos
retirou de ti uma partícula
inoculou-a na Rosa Embrionária,
aguardando que Haja me criasse para ti.
Quando as estrelas da noite brilharam
Haja nomeou-as e, extasiado, admirava-as.
Entre as milhares de milhares notou
uma bem pequena e solitária
fei-la descer à Sua mão,
acariciou-a e deitou-a sobre a Rosa Embrionária.
Um perfume diferente fundiu-se à luz cintilante
nascendo a Centelha da sentença Divina...
Haja sorriu do seu feito;
viu que Centelha não poderia ser só,
nem viver no celeste, então
olhou para ti, meu Amado,
- que informe e sonolento aguardava sua vez de ser -
e retirou uma partícula do teu coração
e fundiu-a à Centelha.
A ti deu sopro nas narinas e passastes a existir,
e, a mim, fez-me repousar novamente sobre a Rosa.
Passados nove tempos e meio da tua existência
Haja descansava quando a Rosa Embrionária desabrochou.
Um perfume doce tomou toda a flora do Sempre.
Nesse momento a luz da Centelha perdia sua cintilância;
Haja recolheu Centelha juntamente
com as Sementes da Rosa em sua mão direita,
e, unindo a direita com a esquerda em forma de cone,
pela fresta das mãos soprou.
Um vento forte agitou as nuvens do Sempre
num estrondo audível aos confins do Universo.
Nasci eu da fusão da Centelha e das Sementes
e naquele instante perdi a consciência do Tudo e do Sempre.
Quando dei por mim, eu mulher feita,
estava deitada, encolhida feito criança...
De dentro de mim fluia a Cintilância Divina,
dispersando no ar o aromático fluído dourado
Chuva de Ouro do meu amor por ti,
que foi feito de uma porção de ti
inoculada em mim... Tudo isso aconteceu...
Tu, ao seres invadido pelo meu/seu olor
fostes tomado de uma alegria sana,
e em minha busca te colocastes a percorrer o Sempre.
Ao me encontrares me tomastes por tua,
em teus braços me aninhastes como se
os nove tempos e meio jamais houvessem nos separado.
Pela mão me levastes à tua cama
larga, linda e vasta como tu és
onde eu, pronta para ti, entreabri minhas pétalas,
e me fizestes Rosa-Divina
desdobrando-me aos teus encantos.
No dossel dos amores e desejos
recobrei minha memória adormecida,
e vi o que eu cansava de saber...
Agora sei de onde vim e quem sou:
vim de ti e sou teu amor.
Foi assim que Haja, no Sempre,
cuidou que estivéssemos mais que entranhados,
fossemos duas partes em uma.
Porém eu, Amado meu, recebi duas porções de ti,
Uma do Anjo outra do Haja e, por essa razão,
tenho em mim o dobro do desejo por ti
e tu sentes duas vezes o meu perfume em ti.
O nosso amor é perfume do Sempre
e no Sempre permanecerá em cintilância e imantado.
Para o artista que soube pintar e entender a alma feminina como nem um outro.
Ilustração: Danae, Gustav Klimt, 1907.