CONTRO (VERSOS)
Digam-me flores dos quintais
Porque tens que viver assim
No conforto de belos jardins
Se são tão breves e mortais
Olhem as flores dos campos
Que vivem e sobrevivem no esmo
Não são imortais, mas assim mesmo
São belas e cheirosas no mesmo tanto
Dizemos a ti que nos admira
Que nos quintais somos protegidas
E ainda que breves sejam nossas vidas
Somos inspiração para as liras
São sim igualmente belas e cheirosas
As flores que nascem e vivem nos campos
São livres e felizes, mas, no entanto
Vivem longe do glamour e das festas charmosas
Perdoem-me flores do campo
Mas com as outras preciso concordar
De que vale ser bela sem estar
À vista de olhares e encantos
Não nos surpreende caro admirador
São muitos os que pensam assim
Que é preciso nascer num jardim
Para ter na vida brilho e esplendor
Infeliz pensamento, ledo engano
São passageiros o brilho e o esplendor
E não são dotados de amor
Nem de alguém pra dizer eu te amo