Inculta Morena...
Vem chegando a primavera
A mais perfumada estação
Ser amada quem me dera
Para ele não existia flôr no sertão
Sentindo-se profundamente só
Da gravata ele afrouxou o nó
E buscando por um minuto de paz
Decidiu visitar a moça de Batatais
Ao encontrá-la trabalhando sentiu pena
Teve vontade de ajudar aquela inculta morena
Ela havia juntado todos os gravetos
Só para coar para ele aquele café preto
Então ele contou sobre os muros de concreto
Falou do amor que sentia pelos filhos e netos
Enquanto a moça só ouvia
Oferecendo-lhe faceira um prato de ambrosia
Com medo de magoar a menina
Ele quis por um dia acompanhar a sua rotina
Ajudou-a nas tarefas na lavoura e no chiqueiro
Até que perguntou a ela se ele era seu amor primeiro
Encabulada a moça baixou os olhos para o chão
Rubra feito um maduro pimentão
Quando o céu se manifestou num barulhento trovejar
E ambos foram para o celeiro se abrigar
O vento soprava forte querendo derrubar tudo
E nós dois frente a frente num desejo mudo
Ouvindo o barulho lépido da goteira
Sem perceber nos seus braços me fiz prisioneira
Quando nos deitamos no feno
Sentiste a maciez do meu corpo moreno
Mas recusou-se a me amar
Fique deitada junto ao meu peito até a chuva passar
Sentei-me confusa abraçando os joelhos
Com carinho ele afastou uma mecha dos meus cabelos
Não me queres porque sou inculta doutor?
Nunca mais repita isso moça por favor
Não existe diferença entre a cidade e a roça
Quando de verdade um homem gosta
Essa noite eu não posso te tocar
Porque descobri que minha mulher irá se tornar
Como a mão e a luva
Seu corpo sob o meu numa noite de chuva
Virás até mim vestida de branco como donzela
Botão de flôr desabrochando no sertão em plena primavera...
Vem chegando a primavera
A mais perfumada estação
Ser amada quem me dera
Para ele não existia flôr no sertão
Sentindo-se profundamente só
Da gravata ele afrouxou o nó
E buscando por um minuto de paz
Decidiu visitar a moça de Batatais
Ao encontrá-la trabalhando sentiu pena
Teve vontade de ajudar aquela inculta morena
Ela havia juntado todos os gravetos
Só para coar para ele aquele café preto
Então ele contou sobre os muros de concreto
Falou do amor que sentia pelos filhos e netos
Enquanto a moça só ouvia
Oferecendo-lhe faceira um prato de ambrosia
Com medo de magoar a menina
Ele quis por um dia acompanhar a sua rotina
Ajudou-a nas tarefas na lavoura e no chiqueiro
Até que perguntou a ela se ele era seu amor primeiro
Encabulada a moça baixou os olhos para o chão
Rubra feito um maduro pimentão
Quando o céu se manifestou num barulhento trovejar
E ambos foram para o celeiro se abrigar
O vento soprava forte querendo derrubar tudo
E nós dois frente a frente num desejo mudo
Ouvindo o barulho lépido da goteira
Sem perceber nos seus braços me fiz prisioneira
Quando nos deitamos no feno
Sentiste a maciez do meu corpo moreno
Mas recusou-se a me amar
Fique deitada junto ao meu peito até a chuva passar
Sentei-me confusa abraçando os joelhos
Com carinho ele afastou uma mecha dos meus cabelos
Não me queres porque sou inculta doutor?
Nunca mais repita isso moça por favor
Não existe diferença entre a cidade e a roça
Quando de verdade um homem gosta
Essa noite eu não posso te tocar
Porque descobri que minha mulher irá se tornar
Como a mão e a luva
Seu corpo sob o meu numa noite de chuva
Virás até mim vestida de branco como donzela
Botão de flôr desabrochando no sertão em plena primavera...