Tinta da Noite
Na linha branca do papel surge vernissage do Amor
Olho o verso e a luz que sai rumo ao esplendor
Perfeito voa do papel para a infinitude do ar
O poema é ato de fé a alma voando no luar.
Na linha branca do papel surge o matiz do Amor
Vaga-lumes iluminam as sílabas com primor
No campo das estrofes o esmero no passeio
O olhar aguçado da criação vibra no enleio
Na linha branca do papel as pinceladas do Amor
Clamado pelo Poeta como relicário de fervor
Vejo as estrelas bem mais de perto em azul
Vejo que o céu do menestrel um belo taful.
Na linha branca do papel o quadro da palavra
Liberta o coração que explode como lavra
Enquanto o íntimo verseja além da meia-noite
Pintando o papel do Amor com a tinta da noite.