As vezes leio,as vezes escrevo
ando e não falo
não tenho uma história
na cabeça uma canção
no coração uma ilusão
a gente paga com suor
para sofrer com todo mundo
você esqueceu a lição
não reclame da sua nota
na corrente o cachorro late
subo as escadas
num passo lento
abro a porta e tiro o sapato
sento no sofá
não reclamo
nada acontece em casa
envelheço em São Paulo
a doença ameaça
todo homem depois do cinquenta
olho a garrafa de vinho
que ganhei no natal de 1999
deito na sala
durmo num colchão
aceito o que o destino traz
as vezes leio,as vezes escrevo