Desabrochar da Flor

Do solo quase inaudível pela solitude

Surge em gametas do botão escarlate,

Um anseio, um ensejo de mim transpirando

Em versos e orações designados ao sentir!

Abrindo o peito ao tempo,

Sou agraciado pelos ventos do norte

Guiando naves e naus ao porto das lamentações,

Todas dignas de um jardim semeado pelo amor!

Das lendas de Avalon

O rito das camélias no valsar das valquírias,

Traz ao beijo fantasias despidas de amuletos

Encouraçadas no néctar e consagradas no âmago!

Consultando as escrituras do firmamento,

Descubro o gosto da fruta, a seiva, o mel

Que brinda os amantes por etéreos caminhos

Difusos pela pele, pelo colo gentil, vil!

Pela vidraça o campo de girassóis enluarado

Cria em seus corredores um balé maculando

Instante por instante, como se a noite fosse infinda

Em seus segredos, mitos e cores desvendando d’aura

Todo o aramo da flor na eclosão do sentimento!

16/09/2012

Porto Alegre - RS