= A flor do areal =
Pobre flor do areal
Tão só, bailando ao relento
Não tem quem a cultive
Ninguém ouvi os teus lamentos.
Tens a beleza singela
As cores em aquarela
Seu perfume delicioso e discreto
De uma jovem donzela.
Colher-te, seria muito triste
Deixar-te sozinha a tua própria sorte, é tão forte!
Se a levo para exibir ao mundo
Precipito a sua morte.
Que maldade, oh! mãe natureza.
Porque não a fez crescer em um lindo jardim
Teria ali, todas as outras flores
E os olhares se repousariam em ti.
Sabe minha flor majestosa
Eu também me sinto assim
Fico aqui a espera
De um amor forte e sem fim.
_ Meu poeta amigo
Agradeço pelos mimos teu
Não conheço outros mundos
Mas aqui é o lugar meu.
Sou alegre por natureza
Solidão nunca é uma constante
Sinto a brisa da manhã acariciar-me
E os raios do sol
A todo o tempo me abraçando.
As borboletas, as abelhas, os beija-flores
Todos vem me visitar
Fecundando-me com muito amor
Como posso reclamar.
Vejo a lua, vejo as estrelas
Vem à chuva a me banhar
Sou flor de primavera
Minhas sementes devo espalhar.
Sabe poeta amigo
Porque tecer lamentos
O mundo é tão bonito!
O que muito me entristece
É a ausência dos sentimentos.