(Psiquê e Eros)

Doce Metade
(O Banquete)



E lá fui eu por esta vida,
estrada afora.
Na bolsa nada havia,
mas, o coração estava repleto,
repleto de lembranças,
lembranças de tanta gente querida.

No começo de minha vida,
os dias passaram muito ligeiros.
Naqueles tempos
em muitos momentos
eu tinha apenas:
o sol, a lua e as estrelas
como companheiros.

Estava em êxodo,
mudando minha morada.
Logo a saudade fez-se grande
e criou-se um vazio enorme no meu peito,
que exigia ser preenchido.

Sem saber bem o por quê,
porém sem temor,
tornei-me um errante ente,
inconscientemente,
a buscar o teu amor.

Quantos pecados cometi
durante esta busca.
Por isso peço perdão a ti.
Hoje compreendo por que a vida fez assim.
Todos os erros me conduziram a um único fim,
por um caminho cheio de mistérios,
o qual cruzaria com o teu
e faria meu corpo bulir no teu.

Todos os pecados que cometi
foram porque estava
buscando me achar, achar-me em ti.
Mas, nesse vai e vem
algo saiu errado,
e quando tudo estava bem,
veio a espada e me partiu um pedaço.

¿Onde estás agora
além de aqui dentro de mim?

E hoje, mais uma vez errante,
porém mais consciente
desta procura constante,
em todo lugar,
porto a porto, cidade a cidade,
busco te achar,
para entregar-te um presente,
ver teu sorriso novamente,
e quem sabe em ti reencontrar,
mais forte que antes,
a minha metade,
a minha eterna e doce metade.


 
(imagem obtida da internet)