Ventos de maio
Silencio meus pensamentos
Calo de vez minhas preces
Deixo – me ouvir por um instante
O cantar triste da juriti distante
E cá bem perto de mim
A sabiá desembesta num coro sem fim
Agradecendo a Providência
Exaltando todos os dias sua essência.
A seiva vital de meus dias
Contida nos ventos minuanos
Que cruzam o ano de ponta a ponta
Num andança desenfreada
Sem se dar conta
Que não és longe
Que hei de encontrar morada...
Ah ventos frios
Prenúncio de chuvas inertes
Acariciando o chão já rachado
Esperançando o pobre agricultor
Que há tempos rogava
Florescer de novo seus campos
Renascer de novo seus sentimentos
Colher de novo suas ações
E em nova safra renovar todas as suas emoções...
Silencio meus pensamentos...