Claves para o Amor

À noite já vem caindo

E pintando de branco as flores do jardim,

O recanto da poética, o salmo que cobre

De ternura a taça em cetim... Madri!

No difuso d’aguas que criam em cada veio

Uma face de etéreos desejos entrego-me,

Ao silêncio do olhar límpido como um espelho

Refletindo d’alma a vontade do abraço,

O passeio por um céu de luz e ensejos!

Entre as vilas da centelha

O orvalho em cristais multiplica-se,

Dando um sabor de paixão por furnas e entalhes

Vivos aos tocar dos lábios, tenros no murmurar,

Divinos no revelar das mãos em ebulição!

Migrando pelo paraíso das pétalas

Tudo se versa num concerto de opus

Para piano e violino, inventando pelos corpos

Sonatas e sonetos prosaicos, regentes do sentir,

Menestréis do êxtase, maestros do fruto mordido!

Das velas, a constante do sentimento!

14/09/2012

Porto Alegre - RS