UM DIA, OUTRA VEZ
(Sócrates Di Lima)

O tempo se desintegra no relógio,
Os dias se passam no esquecimento,
Num ato contínuo que me refugio,
Ponho em evidência o meu sentimento.

E, nas tardes que desmaiam,
Deitam no colo da noite sem medo,
E as saudades chegam,
Sem nenhum segredo.

Um dia, outra vez,
Um Sol brilhante me aquece,
Uma noite que se fez,
Banhando-se na brisa que rejuvenesce.

Um caminho aqui...
No horizonte de mim,
Outro caminho ali.
Uma estrada sem fim.

Um sorriso amarelo,
Quase que sem graça,
Suflagrando o flagelo,
De um querer que disfarça.

É a saudade dela,
Que partiu para a américa,
O seu retorno marca numa tabela,
Em regressiva numérica.

E carrega-se da vontade,
Do silêncio das palavras mudas,
Mas, a poesia é na verdade,
Uma bela fuga para as vozes surdas.

E que, ainda, faz estremecer,
Na cumplicidade do nada,
E se na vida sempre se pode se surpreender,,
Com a própria atitude referenciada.

Um dia, outra vez,
Longe da rotina de ser visceral,
Vivendo num dia de cada vez,
Fechado na saudade como algo natural.

Não importa o que a vida me reserva,
Há sempre a outra face da saudade,
E longe, o tempo prol  conserva,
A doce alegria da volta da distante cidade.

Não importa o tempo real  ou virtual,
O que eu fui, sempre serei,
Dentro de mim um amor sem igual,
Sei, que sobre tudo, quase tudo, eu sei.

E o meu sorrir, sempre o mesmo será,
O meu amar, em multiplicabilidade,
Lembrança  se renovará,
Como a vida  de toda a infinidade.

Assim, concilio meu próprio conciliar,
Para correr o tempo como sempre o fiz com sensatez,
Basilissa sempre a esperar,
No hoje e no amanhã, tenho o amor de Basilissa, outravez.


 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 14/09/2012
Reeditado em 21/09/2012
Código do texto: T3882126
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