UM DIA, OUTRA VEZ
(Sócrates Di Lima)
O tempo se desintegra no relógio,
Os dias se passam no esquecimento,
Num ato contínuo que me refugio,
Ponho em evidência o meu sentimento.
E, nas tardes que desmaiam,
Deitam no colo da noite sem medo,
E as saudades chegam,
Sem nenhum segredo.
Um dia, outra vez,
Um Sol brilhante me aquece,
Uma noite que se fez,
Banhando-se na brisa que rejuvenesce.
Um caminho aqui...
No horizonte de mim,
Outro caminho ali.
Uma estrada sem fim.
Um sorriso amarelo,
Quase que sem graça,
Suflagrando o flagelo,
De um querer que disfarça.
É a saudade dela,
Que partiu para a américa,
O seu retorno marca numa tabela,
Em regressiva numérica.
E carrega-se da vontade,
Do silêncio das palavras mudas,
Mas, a poesia é na verdade,
Uma bela fuga para as vozes surdas.
E que, ainda, faz estremecer,
Na cumplicidade do nada,
E se na vida sempre se pode se surpreender,,
Com a própria atitude referenciada.
Um dia, outra vez,
Longe da rotina de ser visceral,
Vivendo num dia de cada vez,
Fechado na saudade como algo natural.
Não importa o que a vida me reserva,
Há sempre a outra face da saudade,
E longe, o tempo prol conserva,
A doce alegria da volta da distante cidade.
Não importa o tempo real ou virtual,
O que eu fui, sempre serei,
Dentro de mim um amor sem igual,
Sei, que sobre tudo, quase tudo, eu sei.
E o meu sorrir, sempre o mesmo será,
O meu amar, em multiplicabilidade,
Lembrança se renovará,
Como a vida de toda a infinidade.
Assim, concilio meu próprio conciliar,
Para correr o tempo como sempre o fiz com sensatez,
Basilissa sempre a esperar,
No hoje e no amanhã, tenho o amor de Basilissa, outravez.