CONTORNOS DA SAUDADE
(Sócrates Di Lima)

Há um tempo quente nas calçadas,
O céu num azul celeste vigora,
Nuvens brancas empoeiradas,
Mostram um dia rudimentar de agora.

Cavalguei os ventos rugindo,
Na estrada que me leva a qualquer lugar,
Como em pastos dos bois mugindo,
Como um sertão num verde a secar.

Ouvia-se o rugido do motor em curvas fechadas,,
Descendo e subindo ladeiras,
No horizonte o sol a pino em terras rachadas,
A saudade queimando a alma de todas as maneiras.

O Sol rasgando as entranhas,
De uma tarde cheia de calor,
Nuvens negras em façanhas,
Tem o mesmo tom do amor.

Um dia sem fronteiras,
Longe dos meus melhores dias,
Aqui, em outra cidade em horas passageiras,
Um tempo para saldar os laços das poesias.

Ah! E como o tempo passa,
E o silêncio rosna como um trovão na escuridâo,
Minha alma o olhar de Basilissa caça,
Para não esquecer ao longe uma sua visâo.

E no terno e gravata, sigo o dia,
Como um outro qualquer,
Mas, falta nele a fantasia,
E os chamados da amada mulher.

Assim, no corredor da estrada,
Os contornos da saudade faz-me vê-los,
E eu aqui numa saudade calada,
Penso nela e estes pensamentos preciso tê-los.

Jardinópolis-SP., 03/09/2012

 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 14/09/2012
Reeditado em 21/09/2012
Código do texto: T3882070
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