AMOR DE OUTONO
Eu dou-te em versos, meu encanto
Também te dou minha pele morena
Vou embrenhar-me no teu desencanto
Para trazer-te à minha paz serena
Eu tenho o sal do mar na minha veia
E também trago de um amargo pranto
Eu te ofereço a mão que te campeia,
que busca além desse teu doce encanto
E o tal vento que já te foi brisa
Leva no verso o meu perfume atento
E a voltar a mim, pois, te convida
Para servir-te então de novo alento
E a um passo de eternizar, enfim
Uma paixão sem medo e sem medida
Vou caminhando pelo mar sem fim
Até encontrar-te na minha saída
Eu encontrei-te já no meu outono
Na plenitude dos meus doces dias
E assim mergulho de vez, no abandono
De quem já sabe as minhas agonias
Então te dou, agora meu encanto
Leva também minha pele morena
E traga a mim, o teu suave canto
Me envolvendo em teu corpo sedento
Vamos fazer a nossa paz, serena
E acabar de vez com esse lamento