...Inventário!
 
Parto...
Meu olhar é teu!
Vigia em sensibilidade
A candura que não vias,
E não advinhas que foram tuas.
Jamais, minhas!


Parto...
Meu coração é teu!
Leva-o em pensamento,
Sopra nas colinas
As rimas que ti amaram
Enamorada!


Parto...
Meu beijo é teu!
Consuma-o nos lábios que forem teus.
Os teus não serão meus,
Ao tanto do gosto meu!


Parto...
Meu verso é teu!
Então eu parto
Dos versos teus
Que não são meus! 


Parto...
Meu mais duro parto
- Parto de amor! –
Que a saudade avisa:
É mais forte que a dor!


Parto...
Deixo-lhe meu inventário!
Nele tudo tende a desaparecer,
O eu, a história, o tempo.

Nunca, porém, o amor!


Liliane Prado
              
                                (Exercício Poético)
Escrito em 04/07/2010
- página 04

 
Liliane Prado
Enviado por Liliane Prado em 13/09/2012
Reeditado em 14/05/2013
Código do texto: T3880084
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