Cigana

São de serpente os olhos seus

Que me encantam num canto

Mágico e antigo

Seu olhar cigano, que passa

E vai longe, e quando volta,

Ao meu olhar se encontra,

E fica tão fácil chorar...

E com natural indiferença

Apaga seu nome de minhas

Mãos, mudando meu destino,

Me deixando mais só

Ah! cigana sem nome, que

Dança ao calor do fogo e tem

No luar um amante infiel

Seu sorriso me tem como

Prisioneiro, e como não sê-lo,

Se tens a boca da bruxa

Mais linda que já beijei?

Encanta esse homem, seu brinquedo,

Brinca de querer, brinca de sorrir,

Mas brinca depressa que logo

Amanhece, e a estrela que brilha

Na noite, ao dia, do céu se esquece