Teu Perfume

Às vezes teu perfume me visita,

não sei de onde deriva.

Talvez, do sol elaborando

a volúpia das gardênias

ou da brisa em frenesi

de olor pelas camélias.

É um pássaro invisível

que povoa de lembrança

a solidão que me habita

e surpreende tua ausência

com a presença inconfundível

da fragrância que te veste.

Quando nada me consola na insônia,

quando a noite insustentável me sufoca,

quando me asfixio de distância:

eu te respiro, eu te respiro...

E sobrevivo.