REVOLTA E DOR

A via, como algo inalcançável

Contentei-me possuí-la apenas em sonhos

Sonhos, que se tornaram tão necessários,

Quanto o ar que respiro...

Acostumei-me, vê-la e senti-la à distância,

E à distância amá-la perdidamente!

Falar-lhe dos meus sentimentos? Isso, jamais ousei!

Isso, sempre entendi como profanar

Uma santa em seu trono místico!

Me bastava saber que ela existia e que sempre

Estava presente em meus pensamentos e nos meus sonhos!

Mais que isso, era ilusório, era utópico...

Assim, vi-me inseguro, debilitado e consumido

Por esse amor à distância, sem testemunhas,

Cumplicidade ou reciprocidade, onde só eu amava,

Só eu sonhava, só eu sofria!

De repente, aquilo que parecia vida, estava matando-me lentamente e minando todas as fibras do meu já debilitado coração... O amor que eu sentia por ela, queimava-me por dentro, a ponto de eliminar a minha capacidade de amar, infestando-me de um sentimento estranho... Por mais que eu não quisesse admitir, aquilo era ódio e muito intenso! Afinal, confirmava-se a tese de alguns românticos, ao afirmar:” O amor e o ódio, andam paralelos”

Ela, de sonho bom, passou a ser em minha vida, o meu mais terrível pesadelo, que passei a combater com todas as minhas forças...

Toda essa metamorfose de sentimentos que de repente gerou em mim, “Serenidade em desespero, amor por ódio”, deve-se ao fato de que eu, finalmente reunindo todas as minhas forças, buscando coragem nem sei onde, ousei revelar-lhe dos meus mais puros sentimentos...

Após ouvir silenciosamente a minha confissão, feita com vós trêmula e insegura, em minutos que mais pareceram uma eternidade, ela desatou numa risada sórdida, zombando dos meus sentimentos mais puros e mais verdadeiros, desprezando-me como a um cão...

Áh, pobre deste meu coração! De tanto sofrimento e revolta, ainda acaba se explodindo!

Poeta J. Pinheiro

Do seu Livro "Meus versos, minha vida"

Poeta J Pinheiro
Enviado por Poeta J Pinheiro em 12/09/2012
Código do texto: T3877887
Classificação de conteúdo: seguro