No Quarto da Lua
No quadro alvo,
A sombra do corpo debruçado
Sobre a seda, laminado em prata,
Folhado no pranto que veio do sonho
Sonhado pelo quiçá das maçãs!
Quando das cortinas jogam-se ao ar,
O botão desponta, desabrocha em sentidos
Uníssonos ao aroma de pele, já embriagada
Nas contas do condão, das mãos em ais!
Entre os vales da vida
A rubra flor orvalha-se, baila pela geografia
Infinda, desvendando em cada córrego
Águas nunca dantes sublimadas pelo lábio!
A musicalidade da obra,
Nasce pelos poros, ora sussurrados
Pelo extremo do peito se abrindo ao beijo,
Acolhendo a face, mesclando em preces...O ventre!
Ousada... Oh, madrugada!
Nudez da palavra versada, frenesi,
Dentre as rosas o corpo insano, torpor
Pelos ventos d’alma, pela brisa do amor!
12/09/2012
Porto Alegre - RS