CORRE O VENTO
Corre o vento
por entre os dedos
e a vida vai embora
sem avisos
sem lamentos
a cada segundo
perdemos algo
mesmo achando que venço
estou sempre perdendo
não há empate nessa história
o vento não para,
remeche meus cabelos
onde o branco predomina
esse vento gela
as esquinas
não há onde se esconder
escancara nossa condição
de rebanho
massa de manobra
multidão sem razão
estamos sem vetores
a deriva em mar aberto
sem coração para dividir
sem pouso pra ficar